quinta-feira, 6 de março de 2014

Como que sem casa

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Meu peito sem rosto
Meu rosto sem mão
Minhas mãos sem carne
Minhas pernas sem linha
Meus pés sem beleza
É órfã agora a voz
Minha lingua
que falta você faz
e obviamente
não há jeito de dizer
Meus olhos intactos
Assistiram um vestido azul
Se perder no escuro
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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

#4

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O acaso é o deus que já passou
- grita a voz nas ruínas da cidade destruída-
Irmão do tempo que por sua vez
carrega o mundo com passos leves
Gêmeos idênticos.
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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

#3

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E tem tanta gente por aí
Bota fé no mundo pra encontrar
Tenha medo não
É de se encantar
Toda sorte vai de pé no andor
Toda gente vai atrás
Numa procissão
A gente se aperta mais
Tocar as imagens
É se esticar
Reformar o corpo
E quase dançar
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Mundo procissão da sorte
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

#2

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No meu papel
Tem que começar alguma coisa?
Existe necessidade
de qual ordem?
Ordenei ou sou o servo?
Sou cavalo
Sou o Rei
quando sentei
pra escrever
     ___

Poesia é conhecimento
E já disseram
Sou bem ruim, sujo
E o anjo mais ébrio
Sonho desertos
Piso na lua
Tudo isso pela vontade
Pura
Tentar ver melhor
     ___

Cavalo, Rei
Sou o liquido
Mais que tudo
De tanta sede
Transubstanciei
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